sexta-feira, julho 22, 2005

Calculando o Nada

A explicação iniciou a partir do Nada como ponto zero do raciocínio matemático. Castorp se empolgou com na sequência do seu próprio raciocínio. Anna não estava conseguindo acompanhar, quando estava ainda tentando formar uma imagem ele já havia passado para outros argumentos, estava tudo muito rápido e o grau de abstração de Anna não estava dos melhores naquela noite. Perguntou então a Castorp como os matemáticos tinham certeza do ponto exato antes do Infinito para calcular a parte do Finito? Castorp respondeu que é uma abstração matemática, que só podem realizar os cálculos a partir deste ponto que fica antes do Infinito. Muita abstração. Anna tentou pensar isto em termos de universo, se "aqui" é antes do Infinito, então já se está dentro do Finito, mas isso aplicado ao espaço não parecia fazer sentido. Como saber onde termina um e começa o outro? Melhor, como saber onde fica este ponto em menos 1 que se encontra antes do Infinito? Não dava mesmo para abstrair. Não era matemática. Se o universo for, aí está a explicação para o sentimento déplacée de Anna. Castorp continuou as derivações, cada vez mais complicadas, mirabolantes mesmo. Anna só ficou se perguntando: Castorp, neste instante, estava dentro ou fora do Infinito? Estava antes do Menos 1? Ou infinitamente antes e antes e antes? Onde estava Castorp? Dentro de um Finito que era Infinito? E todo o diálogo iniciara em função do Nada. Pode ser calculado_ como pesquisa o amigo-matemático de Castorp? Este pensa que sim. Mas se pode, então há um pressuposto ´fortíssimo de que o Nada existe, mais ainda, que além da certeza de sua existência há outra certeza, a de que se conhece O que é o Nada e então: ele pode ser calculado. Em meio a isso o In e o Finito.Anna K. & os raciocínios mirabolantes de Castorp_ O Nada calculado