quinta-feira, junho 01, 2006

Para Soares Feitosa & Os Belos Poemas


Tudo que está em itálico refere-se aos títulos de Poemas de Soares Feitosa. Para ler os poemas basta acessar o Jornal de Poesia & http://www.secrel.com.br/jpoesia/feito.html
Tempo: Lua de março. Paisagem: As carnaubeiras de Catuana. Detalhes de Vida: O retrato do peixe, A visão das formiguinhas & O Prisioneiro à procura de Hanna. Acompanhado pelo Padre-Mestre, O Prisioneiro busca por Hanna e suas versões ao passado. Acredita que há umA passagem escondida que o levará ainda até onde Ela está. O Padre-Mestre tenta ajudar, mas Se entre um Penúltimo Canto embalado pela Dúvida, e pela Cumplicidade de olhares Perdidos & achados, não conseguirem encontrá-la, precisará mostrar aO prisioneiro Panos Passados de outrora. Panos Passados?, sim, na época da Architectura do Convite à Flor & do Convite à saudade, Talvez outro salmo soe e ao se confundir com o Réquiem em sol da tarde trará aO prisioneiro umA lágrima súbita. Onde é o lugar de Hanna? Neste instante, O menino do balde passa pelA outra margem, O trem e o cordeiro lembram "aos olhos" dO prisioneiro os Resíduos de sal enquanto o Padre-Mestre grita ao longe: aqui, Lua de Março? Responde O menino do balde: Não é aqui não, Nordestes, Roma, uma história de índios, Antífona, Não é aqui não, seu Padre. O prisioneiro em sua Dormência deseja um Mergulho, deseja o Salmo 151, quis se chamar Salomão ou Ayrton, e tudo isso foi seu Abismo em três dias. Lua de março?, ressoa ele em sua insônia de primeiro dia em movimentos de Abismo em três dias, não, pensa logo depois, apenas era a chegada da noite, a Noite, dois excertos, ele diz de si-para-si O que sempre dizia entre as flores: Se através Do belo-belo jamais te encontrarei em algumA passagem escondida, então, Hanna, Nunca direi que te amo. O Prisioneiro retorna sobre seus próprios passos enquanto o Padre-Mestre pensa em ali mesmo permanecer e fixar Habitação. O menino do balde sonha com o céu e pergunta ao Padre-Mestre: No céu tem prozac? O trem e o cordeiro seguem seu curso de todo o dia. O Prisioneiro, com passos Perdidos & achados, caminha já distante, pois não é no distante que se encontra o lugar em que haverá umA outra margem? Seus pés trazem agora, mais do que nunca, os Resíduos de Sal & todo o sal lembra saudade, lembra mar & Florbela Espanca, “de seres alma e sangue e vida em mim”. E assim parte O prisioneiro_ com outrA lágrima súbita?, murmurando incessantemente com sua voz de Salomão: de seres alma e sangue e vida em mim, de seres alma e sangue e vida, de seres alma e sangue, de seres alma, de seres, de ser, de... soa em seu coração uma voz Balançando devagarinho: e ainda que te encontres, Hanna, Nunca direi que te amo, eis o amor em versão do passado, será então meu verdadeiro Penúltimo Canto, Dúvida sem fim.
sANdrA & O Encanto Pelos Belíssimos Títulos
*a cor da filosofia é lilás/roxo, a cor da poesia deve ser o vermelho (penso) desde que um poeta me revelou a existência de uma "alegria difícil" (lispector) & depois partiu ele também como O Prisioneiro.