quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Houve uma Intensidade Um Dia Sem Palavras

Anna Karenina — Estrangeiro, tu pensas que é possível viver um sentimento ou uma sensação com a mesma intensidade com que a vivemos na adolescência?
O Estrangeiro — Sim, a intensidade não tem a ver com o tempo cronológico vivido.
Anna Karenina — Mas, vamos perdendo aos poucos aquela intensidade delirante das coisas que sentimos com o passar dos anos.
O Estrangeiro — Depende. Depende não dos anos vividos-perdidos, mas daquilo que não se perdeu junto com eles. A imaginação é a intensidade do que fica no que somos. Ah, Anna K., precisas aprender alguns atalhos sobre a arte de viver. Eu mesmo, não sei como não tomá-los, minha imaginação seria destruída pela não-intensidade que julgamos ser ainda a intensidade da qual perguntavas. É tudo uma questão de ponto de vista do que nos permitimos sentir. E claro, viver.