sexta-feira, maio 08, 2009

Tu me disseste

Tu me disseste, ‘não atente juízos efêmeros’*
Lembrei de Akhmátova, ‘só os príncipes falam sempre assim’,
Como quem fala,
Que sim
Que não
Das 'águas delicadas de alguns aquários, das dores'*
Eu atento juízos efêmeros,
Só as tolas pensam sempre assim
Que sim
Das águas não delicadas de alguns mares,
Flores, pudores, pendores, odores,
Se tu fores até lá,
Não atente juízos efêmeros

Que não.

Perfeição insípida, entedia.

de ádria para césar cês, pelos conselhos sensatos, que sim, que é assim que são os amigos que 'entram pelo lado esquerdo do coração'*
* dizeres de césar cês

À Anna Akhmátova

Prefácio feito a ela por Marina Tsvietáieva: "(Saiba-o, mundo! O poeta - em seus sonhos - descobre a lei das estrelas e a fórmula da flor)"
*
*
nas águas de travessias oblíquas, ela não abre a noite, mas voa o albatroz que nada deseja, vê ou conhece, ela que não é oblíqua não abre as águas e nem a noite
é que deseja e não há voo,
há vida.
ádria

silêncio

Ela diz a ele: adoro fazer experiências literárias, tem uma que eu faço há anos e não importa que não haja encanto pela literatura.
Ele diz a ela: que sim, fale.
Ela pede: feche os olhos, lerei um verso, um verso um pouco longo, as palavras interligadas despertarão em ti uma imagem_ ou não, pois é possível que tu queiras ficar só com as palavras, nada veja em imagens e sinta só o eco final dos versos.
Ele: que sim.
Ela lê: "eis o mundo: essa falsa analogia com nossas roupas gastas que se esfiapam enquanto nos movemos Amando e sendo desprezados [...] eis o mundo. Tem fé." *
Ele:
*
*
* silêncio *
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ádria &
[versos de dylan thomas]